sábado, 6 de dezembro de 2008

Lição clássica...

Aristóteles, um dos grandes pensadores da história universal, escreveu "A Política" de onde extraímos o trecho que serve de advertência ao próximo Governo:
"Conhecendo os meios pelos quais se corrompem e se dissolvem os Estados, podemos também saber por que meios eles se conservam. Causas contrárias produzem efeitos contrários; ora, a conservação é o contrário da corrupção.
Deve-se, portanto, num Estado bem constituído, observar cuidadosamente que nada se faça contra as leis e os costumes, e sobretudo prestar atenção, desde o começo, nos abusos, por pequenos que sejam. A corrupção introduz-se imperceptivelmente; é que, como as pequenas despesas, repetidas, consomem o património de uma família. Só se sente o mal quando está consumado. Como ele não acontece de uma vez, seus progressos escapam ao entendimento e se parecem àquele sofisma que do fato de cada parte ser pequena infere que o todo seja pequeno. Ora, se é indubitável que o total seja composto de coisas pequenas, é falso que ele próprio seja pequeno. O ponto capital, portanto, é deter o mal desde o começo".

3 comentários:

Marcus Filgueiras disse...

"O governo é na melhor das hipóteses uma conveniência, mas a maioria dos governos é em geral e todos os governos são às vezes inconvenientes."

"Mas, para falar de modo prático e como cidadão, diferentemente daqueles que se dizem homens de nenhum governo, eu não peço a imediata ausência de governo, mas de imediato um governo melhor."

Henry David THOREAU.

Anônimo disse...

Cleber,

O seu post, analisa causas e efeitos que induz ao estado a troca de maneira imperceptível da conservação da lei, pelo seu contrário.
O processo é instalado através de pequenos atos...
..que por serem pequenos " escapam ao entendimento".
"É falso que ele próprio seja pequeno".

-cortar o mal pela raiz !
O conteúdo do post se aplica perfeitamente no nosso dia a dia.

abraço Cleber.

J.E.

Anônimo disse...

Cleber,

Lendo o post e os comentários do J.E. e do Marcus Filgueiras percebi três entidades distintas:
O estado, o governo e o cidadão.
Estado- comunidade organizada
Governo- como a parte política do estado
Cidadão- indivíduo com direitos e deveres(civis e políticos) de um estado.

O cidadão que faz parte do estado, pode também, ser o administrador do estado.
Esse administrador foi escolhido por cidadãos de um estado.
A existência de um estado bem constituído, supõe cidadãos que inicialmente observam cuidadosamente as leis e costumes, coibindo atos contrários, caracterizados por abusos(ainda que pequenos) dos GOVERNANTES e dos próprios CIDADÃOS.
O estado se dissolvendo, evidencia-se que todos são responsáveis.
-A advertência seria dirigida ao estado.
-A importância da escolha dos governantes pelos cidadãos, assim como a participação da sociedade (governo transparente)é fundamental para que o estado não seja corrompido.
Aliás na campanha eleitoral, a prefeita eleita Rosinha, colocou a "transparência" como ponto básico no seu futuro governo.
O post do Dr Cleber é muito interessante e realmente chama ao debate.

abraço.

J.Esqueff