sábado, 3 de março de 2012

Saúde de Campos abaixo da média brasileira

De 0 a 10, índice do governo dá nota 5,4 à saúde pública no Brasil (leia   aqui a matéria completa no canal G1). Mesmo com royalties e um orçamento de quase R$ 2 bilhões, o Município de Campos não atingiu a média, ficando com a nota 5,38. Eis o motivo de tanto silêncio de nossas autoridades após a divulgação da pesquisa. Para maiores detalhes, dê um zoom na tabela abaixo:
Nota_IDSUS_Campos dos Goytacazes_2011

Índice de Desempenho do SUS (IDSUS)é um indicador síntese, que faz  uma aferição contextualizada do desempenho do Sistema de Único de Saúde (SUS) quanto ao acesso(potencial ou obtido) e à efetividade da Atenção Básica, das Atenções Ambulatorial e Hospitalar e das Urgências e Emergências.

A partir da análise e do cruzamento de uma série de indicadores simples e compostos, o IDSUS avalia o Sistema Único de Saúde que atende aos residentes nos municípios, regiões de saúde, estados, regiões, bem como em todo país.

No Portal da Saúde (aquivocê pode consultar o resultado da pesquisa, com as notas de cada município brasileiro. 

2 comentários:

Anônimo disse...

Caro blogueiro:

Não há dúvidas que o atendimento de saúde nesta cidade não é compatível com suas realidade orçamentária, mas veja o perigo de "classificar" um tema tão complexo e variado com esta precária ferramenta, que no fim das contas, cristalizam posições que servem a luta política, mas de nada ajudam em enxergar as reais dificuldades e as soluções.

leia o texto que pesquei lá no Viomundo, do jornalista Luiz Carlos Azenha:

por José Noronha, do Blog do Cebes

Parte da tecnocracia do Ministério da Saúde acaba de brindar à sociedade brasileira com um disparate metodológico a título de atender a fome do chamado “ranqueamento” (no meu tempo era classificação, como ainda é no futebol), que frequenta com avidez uma parte da grande mídia brasileira. E pior, pretendendo se constituir num processo de pontuação isento de contaminação política ideológica. Estou falando do Índice de Desempenho do SUS (Idsus).

Diz o Ministério da Saúde que se baseou teoricamente (?) no Projeto Desenvolvimento de Metodologia de Avaliação do Desempenho do Sistema de Saúde Brasileiro PRO-ADESS, projeto liderado pela ABRASCO e pelo ICICT da Fiocruz.

Ao contrário do que diz o Ministério, o PRO-ADESS foi desenvolvido justamente para se OPOR à proposta de utilização de indicadores compostos ou agregados para hierarquizar países que foi empregado pela Organização Mundial de Saúde para produzir seu malsinado Relatório Mundial de Saúde de 2000, rejeitado pelo Brasil e por toda a comunidade acadêmica séria nacional e internacional que se manifestou nos anos imediatamente seguintes à sua divulgação.

A proposta central é de que a saúde é multidimensional e deve ser avaliada matricialmente e não somando variáveis de dimensões diferentes para chegar a um índice único. E ainda pior, em corte transversal, sem levar em conta a evolução de cada uma das variáveis ao longo do tempo.

O Idsus soma mortalidade infantil com acesso, com taxas de cesarianas, frequência de consultas pré-natais, com cobertura nominal de PSF [Programa Saúde da Família] e mais outros tantos para chegar ao tal indicador único e classificar estados e municípios. O resultado não podia ser outro. Atribui ao SUS uma nota medíocre desprovida de significado lógico, que foi logo embalada pela grande imprensa como prova contundente de seu fracasso.

Uma das mais festejadas administrações municipais por todos os indicadores que utilizemos, a de Aracaju, sai mal na fita: tira nota mais baixa do que prefeituras que sabidamente nunca tiveram compromisso com a saúde pública. Outra que sempre ilustrou trabalhos científicos sérios bem feitos e documentados, a cidade de Belo Horizonte, também não é o que imaginávamos. O Rio de Janeiro tira a nota mais baixa entre as capitais. Qualquer observador pouco atento rapidamente comprovará a falácia da classificação. Não é coisa séria. Felizmente, o tempo e a realidade se encarregarão de sepultar na poeira tão funesta iniciativa.

José Noronha é Diretor ad-hoc do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes) e médico do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (ICICT/Fiocruz)

Anônimo disse...

Se o PSF estivesse funcionando seria bem diferente esse resultado,queremos o retorno do PSF.